Saiba a importância das funções executivas no desenvolvimento infantil

Criar pequenas tarefas diárias e exercícios simples pode ajudar a desenvolver de maneira saudável muitas habilidades

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Crescer e se desenvolver física e mentalmente é uma tarefa árdua para as crianças, e não é à toa que o desenvolvimento cognitivo só termina quando atingimos a fase adulta. Todo esse percurso de desenvolvimento e evolução das crianças precisa ser acompanhado pelos pais e professores, para que aquele indivíduo se torne um adulto funcional e que ultrapasse todas as etapas de crescimento, de maneira fácil e sem complicações.

Uma dessas fases de desenvolvimento é o aprimoramento das funções executivas. Essas funções são responsáveis por uma série de atitudes e formas de lidar com cenários e emoções enfrentados ao longo da vida daquele indivíduo.

O que são funções executivas?

As funções executivas são uma série de habilidades, desenvolvidas ao longo do crescimento da criança, que ajudam o indivíduo a aprimorar o foco, poder fazer planos, gerenciar fluxos de informações e emoções; além disso, também ajudam a evitar distrações, admitir erros, alterar planos para se conformar a novas situações e evitar atitudes precipitadas. Conseguir fundamentar essas habilidades logo na infância é fundamental para um desenvolvimento pleno e saudável.

Quais são os tipos de funções? E como estimular?

Existem três tipos básicos de funções executivas: o controle inibitório, a memória operacional e a flexibilidade cognitiva; cada uma dessas funções regula uma série de facetas do desenvolvimento cognitivo, da personalidade e de como a criança reage e interage com o ambiente.

O controle inibitório tem como função principal o filtro de pensamentos e distrações. Com essa habilidade desenvolvida, a criança é mais capaz de reagir a impulsos e tentações, como comer doces antes da hora correta, preferir brincar, ao invés de terminar suas obrigações e tarefas da escola.

Criar rotinas com passos simples é uma boa forma de demarcar quais são os limites que cada impulso deve ter; por exemplo, brincadeiras só podem ser feitas depois das lições, o banho deve sempre acontecer depois de brincar, e assim por diante.

Vale lembrar que uma criança não sabe ainda controlar suas emoções nem como lidar com elas, portanto inibir totalmente impulsos simples com broncas e castigos não vai ajudar no desenvolvimento dessa habilidade, e sim criar um efeito contrário. Muitas pessoas com impulsos de compra ou alimentação compulsiva podem ter esses sentimentos bloqueados de maneira muito brusca durante a infância.

Já a memória operacional é uma habilidade que dá a capacidade de gerenciar novas informações e guardá-las como memórias. É muito importante desenvolver essa habilidade para começar a introduzir a criança, com exercícios simples de identificação de cores, sons de animais e objetos diferentes. Cada vez que esse exercício é repetido, o cérebro fica mais veloz e mais apto a guardar aquelas informações.

Aumentar progressivamente a dificuldade das tarefas faz com que, com o tempo, a criança se torne capaz de memorizar números de telefone e o próprio endereço (muito importante em caso de alguma emergência), resolver problemas matemáticos, chegar ao fim de um texto sem esquecer o que foi dito no começo, etc.

Por último, a flexibilidade cognitiva, que é a capacidade de se ajustar de acordo com o ambiente e de acordo com novas situações e aplicar regras distintas para contextos diferentes, como, por exemplo, ensinar a uma criança que não deve chutar uma bola, a não ser que ela esteja em um ambiente certo para isso, como uma quadra ou parque.

Da mesma forma que as outras, essa habilidade é aprimorada com a introdução de novas tarefas ao longo do dia, e um bom começo é introduzir a rotina de a criança se vestir sozinha, assim ela vai desenvolver a memória de lembrar da rotina e também o controle inibitório ao poder escolher suas próprias roupas, como uma camiseta favorita, uma cueca Zorba infantil limpa e um tênis confortável.