‘Se melhorar, melhora mais ainda’. Talvez tenha sido essa filosofia que provocou o ímpeto para aumentar a tradição cafeicultora de Minas Gerais. O estado acumula as marcas de maior produtor nacional e de detentor do produto de melhor qualidade no país. Isso é histórico. Agora caminha para desenvolver um projeto que vai impulsionar ainda mais a cafeicultura mineira.
As regiões de plantio e as cultivares – espécies melhoradas geneticamente para evitar pragas e melhorar a produtividade – vão ser diversificadas para aumentar a área de plantio e aprimorar o cultivo. A iniciativa é resultado de uma parceria entre a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) e a Embrapa Café. As duas empresas anunciaram um projeto para avaliar o desempenho de novas cultivares de café em todas as regiões do estado.
O projeto é dividido em etapas com duração de quatro anos cada. Os pesquisadores têm a expectativa de chegar a indicativos das melhores cultivares em cada região. Assim Minas vai poder produzir cafés ainda mais saborosos e sustentáveis. O projeto envolve 41 produtores que vão conhecer cultivares de café mais resistentes, produtivas e que proporcionam alta qualidade da bebida.
Por ser um processo de longo prazo, investir nas culturas é essencial. A mão de obra qualificada, infraestrutura e a compra de maquinários estão entre os principais itens de uma estrutura produtiva. A busca por trator à venda em Minas Gerais é um exemplo.
Afinal, bons equipamentos influenciam – e muito – no resultado final. E os tratores não precisam ser novos para obter bons resultados.
A cafeicultura é uma atividade tradicional em Minas pelo desempenho como o maior produtor nacional (54,9% da produção no país) e pela tradição de produzir o café de melhor qualidade. Os dados foram levantados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A ampliação da produtividade e a melhoria na qualidade e do cultivo do café em Minas pode compensar a produção do estado de outros tipos de grãos em que Minas não é muito representativa.
Os pesquisadores envolvidos nesse projeto estão otimistas. O projeto promete bons resultados para os próximos anos. É o que espera o Diretor de Operações Técnicas da Epamig, Trazilbo de Paula. “As pesquisas com culturas perenes como o café têm suas peculiaridades, principalmente no que se refere à adoção de novas cultivares pelos produtores. Nas últimas décadas, os cafezais mineiros vêm cultivando Catuaí e Mundo Novo especialmente. As cultivares são produtivas, mas suscetíveis a pragas como a ferrugem e os nematoides. E o cultivo dessas espécies foi superado pelos avanços de melhoramento genético dos últimos 20 anos”.
A demonstração vai ser feita nas propriedades com os produtores acompanhando pari passu. Essa estratégia eleva o potencial de cultivares de café mais resistentes às pragas e doenças, altamente produtivas e com qualidade de bebida reconhecida nos principais concursos nacionais e internacionais.
“A etapa marca o início de uma nova era para a cafeicultura mineira”, arremata Trazilbo de Paula.